Eu hoje homem feito olho para trás, e vejo o quanto foi difícil para minha Mãe Amara Roque da Silva, uma mulher sozinha, abandonada pelo pai, pela família, simplesmente por não ter abraçado os caprichos do pai, e ter tentando seguir seu caminho, independente de acertos e erros, foi vista por muitos da família que na época tinha dinheiro e poder, como a ovelha negra, mais o que essa mulher sempre quis era decidir seu caminho fazer suas escolhas, e como isso era inaceitável naquele tempo em que mulher era uma escrava da família, dos irmãos, dos pais, e era preparada para ser a dona da cozinha, teve a ousadia, de dizer meu caminho decido eu, com isso lhe restando o mundo como seu principal professor. Foi pra São Paulo seguindo o desejo de seu coração, em busca da felicidade e do amor, onde engravidou e teve uma criança com 5 kilos que sou eu seu filho Edivaldo Roque da Silva (Roque Estrela), o amor não deu certo, e ela voltou, sem apoio das pessoas amadas, sozinha no mundo, encontrou forças jamais imaginadas e inesperada, a frágil, sensível mulher, teve que aprender lutar, as vezes apanhando, sofrendo, sendo humilhada, mais me ensinou que em qualquer que seja a situação, temos que ser honestos, e temos que defender aquilo que pensamos e o que amamos com todas as nossas forças e assim ela o fez por mim, me defendeu com todas as suas forças, não comia para que eu comesse, não vestia para que eu vestisse, abria mão de suas necessidades e muitas vezes não sabia o que era vaidade para que eu pudesse estudar.
Nos Bares da vida eu fui crescendo, Na Ayres Belo, na Santa Terezinha, na Praça do Matuto, no Sertãozinho, as vezes vendo tudo que eu não queria pra mim ao meu redor, mais nunca desvalorizei a luta da guerreira, que não podia me dar mais, mais me dava tudo que ela tinha, e ainda me ensinava a arte da transparência, idoneidade, atitude, honestidade, eu me orgulhava, de chegar na Kandango e Zé Galêgo dizer leve o que quiser Amara, na casa Vitória de seu Cicero ela chegava e já falava "Tô Lisa e quero aquele som pro meu filho" e ele dizia vá pra casa Amara que mais tarde eu mando e mandava, de me aproximar com ela perto de Seu Inaldo e vê ela chama-lo de meu pai, e ele com um coração enorme que tinha sempre nos servia, e assim foi o meu costume de pobre, em ver em minha casa simples, homens admiráveis como Lívio Tenório, que me abraçava e me dizia menino estude e faça a diferença, aprendi com ela a ver tudo e todos como iguais, e como ontem até hoje eu vejo emocionado o seu rosto já um pouco castigado pelo tempo, mais a beleza que sempre lhe acompanhou, parece que nunca irá lhe abandonar, e o seu sorriso conquistador e verdadeiro entra em nosso coração preenchendo lacunas. Como nós vivianos a realidade sabíamos que não podíamos ter tudo que queríamos, mais o seu principal legado foi me ensinar a amar tudo que eu tenho, valorizando nossa vida como se fosse a melhor, e a mais valiosa, até hoje ela não precisa me dizer o que fazer, pois suas atitudes, me dizem, "não baixe a cabeça, não desista, persevere, ame, erre, acerte, não queria mal do próximo", e assim minha amada Mãe, me ensinou a viver.
E Nesse dia tão especial nada mais justo, que eu possa na minha simplicidade, tentar demonstrar o verdadeiro sentimento de ser filho de uma mulher de fibra, de me orgulhar e agradecer ao meu grande Deus por ter colocado a minha vida nas mãos dessa grande mulher, Minha amada mãe, não tenho lhe dado nem 10% do tanto que a senhora me proporcionou, o que eu posso fazer para tentar fazer um pouco de justiça a tudo que eu recebi seu, é lhe amar ainda mais, e orar para que seus anos de vida possam se multiplicar para que possamos estar sempre juntos...Te amo muito, dona Amara... Feliz Aniversário!!!
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